25 anos de uma eleição histórica em Pernambuco

A VOLTA DE ARRAES    

Após o final da Ditadura Militar e com a abertura política, fruto da campanha das Diretas Já em 1984, Pernambuco vem acumulando experiências e lições a cada eleição. Um dos principais capítulos desta história completa, na próxima terça-feira, 25 anos. A eleição do ex-governador Miguel Arraes para seu segundo mandato, após ter o primeiro interrompido justamente pelo golpe de 1964, trouxe para a política do Estado uma geração que até hoje se faz atuante. E foram justamente nomes daquela geração, dos mais distintos lados, que a Folha procurou para que contassem suas versões de um dos episódios mais emblemáticos da recente história pernambucana.

Mesmo realizada depois do fim do bipartidarismo, a eleição de 1986 em Pernambuco teve apenas dois candidatos ao Governo do Estado. O ex-governador e então deputado federal Miguel Arraes, pelo PMDB, disputava sua primeira majoritária após retornar do exílio na Argélia, entre 1965 e 1979. O objetivo era voltar ao Palácio do Campo das Princesas exatos 22 anos após ter sido obrigado pelos militares a deixar o cargo, que ocupou por 14 meses, de 1963 a 1964. A militância afirmava que Arraes “entraria de volta pela porta que saiu”, em alusão ao Golpe de 1964.

A candidatura de Arraes poderia ter ocorrido em 1982, mas o PMDB optou por apoiar Marcos Freire, que perdeu para Roberto Magalhães (então PDS). “A despeito do que dizem, Arraes não foi candidato porque não queria ser candidato, dentro do raciocínio que Leonel Brizola seria admitido pelos militares, mas ele teria problemas. Tanto que Brizola se elegeu governador do Rio de Janeiro. Agora, Arraes não queria a eleição de Marcos Freire. Em linhas gerais, ele queria se preservar para disputar o Governo depois. Ele não foi preterido, porque não queria ser candidato, mas também nunca disse de público que simplesmente não queria apoiar Marcos Freire”, revela o senador Jarbas Vasconcelos, que, em 1982, era presidente estadual do PMDB e se elegeu deputado federal, junto com Arraes. Leia mais aqui

Por Manoel Guimarães
Da Folha de Pernambuco